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Práticas Sustentáveis: um alvo para empresas que querem vencer e serem mais competitivas

7 de novembro de 2018

As ondas de inovação têm acompanhado as crises econômicas mundiais. A última crise financeira 2007-2009 provocou uma nova onda de inovação voltada à Sustentabilidade, que engloba energias renováveis, ecologia industrial, economia circular, química verde, entre outros. E é mergulhado nessa nova tendência que vivemos hoje. Isso nos impõe novos desafios e novas oportunidades em termos de negócios e mesmo novos modelos de negócio.

 

Vamos começar pelo caso das energias renováveis cada vez mais presentes no nosso dia a dia em virtude do custo da energia elétrica e da demanda de uso de energia limpa em contraposição à energia gerada a partir de derivados de petróleo, como os geradores a diesel. Como exemplo, verificamos que o custo de células fotovoltaicas (painéis solares) tem caído dia-a-dia e o uso da energia solar tem sido avaliada e adotada cada vez mais não somente para uso industrial e comercial, mas também doméstico.

 

Uma outra questão importante está relacionada aos resíduos. Os resíduos, hoje, são considerados valor e dentro do contexto de Economia Circular, o que gera mais valor econômico é mantê-lo no ciclo produtivo. Assim, resíduos da indústria calçadista podem servir de matéria-prima para a própria empresa de calçado ou para uma empresa de componentes de calcado.  Conseguir fechar esse ciclo é muito mais vantajoso economicamente do que ter que destinar resíduos para algum aterro sanitário. Mas o reuso de resíduos pode gerar, também, novos negócios. Um exemplo é fabricação de sapatos de tecidos a partir de roupas de brechó ou mesmo a fabricação de roupas a partir de retalhos da indústria têxtil. Repensar o reuso de resíduos tem propiciado a criação de inúmeros negócios inovadores de alta competitividade no mercado.

 

Por último, é importante lembrar que a não-atenção a demandas de práticas sustentáveis pode tirar empresas do mercado.  Isso pode acontecer tanto por não atender alguma legislação ambiental estadual ou federal como por não atender práticas do mercado. Por exemplo, se uma empresa deseja exportar calçados infantis para Europa, esses calçados não podem conter substâncias tóxicas. Isso justifica grandes investimentos feitos por empresas em Química Verde e em garantir uma cadeia de suprimentos toda verde (isso é, sem uso de substâncias restritivas e tóxicas).

 

Assim, a adoção de práticas sustentáveis deixa de ser uma opção e passa a ser essencial para as empresas terem redução de custos, ganhos econômicos e tornarem-se competitivas no mercado e até criarem novos negócios.

 

Tereza Cristina Carvalho

Professora Associada da Escola Politécnica – Universidade de São Paulo (EPUSP) e professora visitante na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Também é fundadora e diretora geral do LASSU (Laboratório de Sustentabilidade em TI), laboratório de pesquisa e ensino da EPUSP.

Fonte: Assintecal



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