Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil está longe de ter índices bons de conscientização sobre a geração, coleta e destinação do lixo. No início do mês, a Associação divulgou números delicados em relação a isso. O total de resíduos sólidos urbanos produzidos no País de 2014 a 2015 aumentou 1,78%, passou de 78,6 milhões de toneladas para 79,9 milhões – cresceu 1,7%, mais do que a população brasileira, que aumentou 0,8%, e do que a atividade econômica (PIB), que caiu 3,8%. Ou seja, aumentamos a geração de lixo mais que a produção econômica e mais que a população (que cresceu menos de 1%). Por dia, passamos a gerar um total de 218.874 toneladas. E por pessoa, 1,071 kg.
É muito lixo! Com um agravante: mais de um terço da população sofre com a destinação inadequada deste lixo. Por outro lado, as iniciativas municipais de coleta seletiva aumentaram. Nas Regiões Sul e Sudeste, em mais de 85% dos municípios, superiores à média nacional de 70% dos municípios. E quanto custa o avanço? R$ 10,15 por mês a cada habitante. Já na área de resíduos da construção civil e resíduos de serviços de saúde, os municípios recolheram 125 milhões de toneladas, “suficientes para encher 1.450 estádios do Maracanã”, como diz o relatório.
Quando saímos de nosso país para um panorama global, os números são assombrosos. Segundo a ONU-Habitat (O Popular, 7/8) 1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos é gerado por ano no planeta – produtos têxteis, plásticos não recicláveis, resíduos de madeira, lixo “comum” ou embalagens sujas de alimentos. Um dos aproveitamentos é a transformação em etanol, o que já é feito também em outros 63 países.
O lixo eletroeletrônico também não para de crescer: no ano passado foram 41 milhões de toneladas desse tipo de resíduos no mundo; no Brasil, 1,2 milhão de toneladas, comercializadas ilegalmente (90%) ou descartadas, aumentando o lixo urbano.
O Ministério das Cidades assegura que a coleta seletiva caminha bem e que a compactação e o isolamento em bolsas de propileno assegura destinação adequada e permanente. Mas ainda falta muito.
Fonte: O Estado de S. Paulo/ Envolverde
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