Um grande recife de corais foi descoberto na região amazônica no ano passado, desde então, a Ong Greepeace está fazendo campanha para que atividades de prospecção de petróleo não sejam realizadas na Foz do Amazonas.
O Recife de Corais da Amazônia é um sistema de 9,5 mil quilômetros quadrados formado por corais, esponjas e algas calcárias, segundo a ONG Greenpeace. A barreira de corais se estende da Guiana Francesa até o Estado do Maranhão.
A Ong alerta que empresas podem começar a prospectar petróleo na região, caso tenham aprovação do governo brasileiro. Segundo o pesquisador Nils Asp, da Universidade Federal do Pará, esse sistema de recifes é importante por muitas razões. “Ele tem características únicas em relação à disponibilidade de luz e condições físicas e químicas da água. Além de possuir um grande potencial para novas espécies e também é importante para o bem-estar econômico de comunidades de pescadores ao longo da zona costeira amazônica.”
Foi uma surpresa a descoberta de corais em abril do ano passado. Segundo estudo publicado no jornal científico Science Advances, cientistas pensavam ser improvável a descoberta de recifes na área devido a condições desfavoráveis.
O sistema de recifes fica em profundidades que variam entre 25 e 120 metros de profundidade. Asp afirma que sua equipe quer mapear o sistema gradualmente. Até agora, somente 5% dele foi mapeado.
Para o Greenpeace, a atividade de prospecção na área significa “um risco constante de derramamento de petróleo”. Segundo o ativista Thiago Almeida, o processo de licenciamento ambiental para a exploração de petróleo já está ocorrendo.
“O Parque Nacional do Cabo Orange, o ponto mais ao norte do Estado do Amapá, abriga o maior ecossistema contínuo de mangues do mundo, e não há tecnologia capaz de limpar petróleo de um lugar com essas características”, afirmou. “Além disso, os riscos nessa área se elevam por causa de fortes correntes e sedimentos que são carregados pelo rio Amazonas.”
A organização afirma ainda que um eventual acidente com petróleo na região poderia em tese colocar em risco não só os corais, mas também espécies como o peixe-boi-marinho, o tracajá e a ariranha, ameaçadas de extinção, segundo a lista da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) de 2014.
O Greenpeace enviou seu navio Esperanza à região para retratar os corais e fazer campanha pela não prospecção de petróleo no local.
Fonte: G1 – Natureza
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