A Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), a exigência dos planos de mobilidade, investimentos em infraestrutura cicloviária, sem falar nos serviços de nova mobilidade que a cada dia ainda ganham as ruas. Nos últimos anos, o setor passou por avanços incontestáveis, mas ainda são muitos os desafios.
O cotidiano de quem circula pelas ruas das cidades todos dias ainda revela uma série de obstáculos a serem superados. Mesmo considerando distintos contextos geográficos, sociais e econômicos, é possível observar que muitos dos desafios são comuns.
Calçadas
A maneira como o ambiente urbano é desenhado influencia a maneira como as pessoas o utilizam. Assim, se uma rua possui calçadas em boas condições e com espaço adequado para a circulação dos pedestres, é natural que as pessoas caminhem mais nesse local. Por outro lado, calçadas precárias, obstruídas ou até inexistem desestimulam ou inviabilizam a caminhada – acabando por incentivar, em consequência, o uso do carro.
Uma dificuldade no que diz respeito à construção e à manutenção das calçadas é que a regra sobre de quem é essa responsabilidade varia de cidade para cidade. Em algumas, é obrigação do proprietário do imóvel adjacente; em outras, do poder público. Ainda, existem os casos em que o dever é dividido entre ambas as partes. No Brasil, a maioria dos municípios se encontra no primeiro modelo. Seja qual for o caminho escolhido, porém, as cidades precisam ter em mente de que as calçadas são fator decisivo para incentivar a mobilidade ativa e para garantir que a prioridade dos pedestres seja exercida também na prática.
Acesso ao transporte coletivo
Do mesmo modo que a qualidade das calçadas pode incentivar ou desincentivar a opção pela caminhada, as condições de acessibilidade no entorno de estações e terminais impactam a experiência do usuário de transporte coletivo, podendo estimular ou desencorajar a escolha pelo modo. Muitas vezes, infraestruturas urbanas mal construídas ou mal posicionadas nessas áreas tornam-se obstáculos, isolando os sistemas de quem precisa deles. A falta de segurança no acesso às estações também é um determinante: se caminhar até a estação não for seguro, quem tiver condições pode facilmente dar preferência ao transporte individual motorizado.
Infraestrutura cicloviária
A falta de infraestrutura adequada para o uso da bicicleta também foi apontada como um dos principais desafios de mobilidade para as cidades brasileiras. Embora o aumento das ciclovias tenha feito crescer também as vendas de modelos de bicicletas urbanas, utilizadas para os deslocamentos nas cidades, sabemos que muito ainda pode melhorar para quem gostaria de optar pela bicicleta como meio de transporte.
Investir em infraestrutura cicloviária gera economia, contribui para a criação de novos empregos e estimula o comércio local. Para isso, as bicicletas precisam ser prioridade de planejamento e ações, como estabelecido pela própria Política Nacional de Mobilidade Urbana. Uma maneira de fazer isso, é promovendo a integração modal. Dos ônibus e metrôs que permitem o transporte de bicicletas a estações integradas, a conexão eficiente dos diferentes modos – em uma rede integrada que permita a mudança de um para outro sem dificuldade – desponta como resposta para os desafios de mobilidade urbana.
FONTE: Portal WRI Brasil
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