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Acordo garante repatriação de 50 ararinhas-azuis

18 de junho de 2019

Aves deverão chegar ao Brasil em 5 meses vindas da Alemanha. Após adaptação, serão reintroduzidas na Caatinga baiana, seu habitat histórico. Espécie é considerada extinta na natureza

 

Dentro de cinco meses, 50 exemplares da ararinha-azul devem chegar ao Brasil, repatriadas da Alemanha. O retorno à casa foi anunciado durante a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a ONG alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), que mantém as aves.

Ao chegarem, provavelmente no mês de novembro, as ararinhas serão levadas para o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, unidade de conservação criada no ano passado, em Curaçá, na Bahia, especialmente para receber as aves. O local é habitat histórico da espécie, considerada extinta na natureza desde 2000.

Depois de um período de adaptação em viveiro, elas serão, enfim, soltas na natureza, concretizando um sonho acalentado há anos pelos integrantes do Projeto de Reintrodução da Ararinha-Azul, coordenado pelo ICMBio e executado com a ajuda de parceiros do Brasil e do exterior. Atualmente, existem apenas 166 exemplares da ave em cativeiro no mundo, sendo 13 no Brasil.

SAIBA MAIS

Descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix e exclusiva da Caatinga brasileira, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) teve sua população dizimada pela ação do homem. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000 e até hoje não se sabe se morreu ou foi capturado por alguém.

Desde então, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro. A ararinha é endêmica da Caatinga e considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. Em 2000, foi classificada como Criticamente em Perigo (CR) possivelmente Extinta na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro.

Rara, a espécie vivia originalmente numa pequena região do interior de Juazeiro e Curaçá, no norte da Bahia, onde o governo federal criou no início deste mês duas unidades de conservação: o Refúgio de Vida Silvestre (com 29,2 mil hectares) e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul (com 90,6 mil hectares), destinadas à reintrodução e proteção da espécie e para conservar o bioma da caatinga. Um centro de reprodução está sendo construído no local para receber as 50 araras vindas da Alemanha e reproduzir os filhotes que serão liberados na natureza.

 

FONTE: Portal do Ministério do Meio Ambiente



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